31 de jan. de 2008

Mapas do Acaso...



não peça perdão, a culpa não é sua
estamos no mesmo barco e ele ainda flutua
não perca a razão, ela já não é sua
onda após onda, o barco ainda flutua
ao sabor do acaso
apesar dos pesares
ao sabor do acaso... flutua

então, preste atenção: o mar não ensina, insinua
estamos no mesmo barco, sob a mesma lua
no mar, em marte, em qualquer parte
estaremos sempre sob a mesma lua
ao sabor da corrente
tão fortes quanto o elo mais fraco
ao sabor da corrente... sob a mesma lua

âncora, vela
?qual me leva?
?qual me prende?
mapas e bússola
sorte e acaso
?quem sabe (?) do que depende?


(Humberto Gessinger)

28 de jan. de 2008

25 Anos de Rock - Reunião dos Titãs e Paralamas do Sucesso rende CD e DVD


Material será lançado no final de março pela gravadora EMI.Samuel Rosa, Arnaldo Antunes e Andreas Kisser fazem participações.

A reunião dos integrantes atuais dos Titãs e dos Paralamas do Sucesso, em comemoração aos 25 anos de carreira das duas bandas, vai render aos fãs um CD e um DVD.O material, programado para chegar às lojas no final de março pela EMI, é resultado de uma apresentação dos músicos na Marina da Glória no último sábado (26).

O show no Rio de Janeiro foi o quarto da turnê. Antes, os grupos passaram por Sorocaba, Belo Horizonte, Salvador e São Paulo.

A gravação do CD e do DVD contou com as participações de Samuel Rosa (em “Lourinha bombril” e “O beco”), Arnaldo Antunes (em “Comida” e “Lugar nenhum”) e Andreas Kisser ( em “Selvagem” e “Polícia”).Clássicos de Titãs e Paralamas foram registrados em novas formações e arranjos: “Óculos”, “Diversão”, “Meu erro”, “Flores”, “Sonífera ilha”, “A novidade”, entre outros dos repertórios das duas bandas.

A turnê conjunta segue ainda para Porto Alegre, Florianópolis e outras capitais a serem anunciadas.


Do G1, em São Paulo

26 de jan. de 2008

Simples e Óbvio...


Luz, alegria, esperança, sonho, várias descrições que representam um único sentimento, do amor...
amor???O que é isso???

Só quem sente pode explicar, ou não...não é só explicação com é confusão...sensação estranha que nos é imposta pela vida...como fazer para evitar...simplesmente não há escolha...mas não há resistência...tal olhar que nos cativa faz de nós reféns num cativeiro...no nosso coração...que supera a razão nos imposta pela sociedade e seus clichês, seus estereótipos...

Afinal, o que é o
amor?

.......

19 de jan. de 2008

Entre o Lúdico e o Lúcido...


Entre o Lúdico e o Lúcido: como trocas de palavras mudam todo o sentido de um significado...todo o contexto de uma obra...abram-se as portas da percepção...percebe-se a indiferença que há em nós...nos diálogos e diários do dia-a-dia...dia ruim ou dia ruim...sentimentos que passam despercebidos em cliques e crases...pressa...que é alimentada pela impaciência de nós...prisioneiros pacientes dos nossos próprios pensamentos...

[se demorar um tempo até meu próximo post, entendam, cada qual com sua prece e sua pressa...]

17 de jan. de 2008

...


Como lembrar dela?
definitivamente encontrei-a quando não quis...um descaso tão diferente para ambas as partes?Não...é melhor perguntar como esquecê-la...isso se for possível...imposssível...
como esquecer tal olhar...
os olhos mentem dia e noite a dor da gente...somos eternos
clowns...com seus felizes semblantes falsos...refletimos o que desejamos(ou desejávamos) ser...nunca o que somos.
Como..
Esquecê-la...ou lembrá-la...

13 de jan. de 2008

História do Rock - Parte 04 - Anos 70

Por João Paulo Andrade


Em 1970 o rock, assim como os roqueiros da primeira geração, já haviam atingido sua maioridade e a inocência dos primeiros tempos era apenas passado. As grandes bandas em sua maioria estavam cercadas dos melhores equipamentos de estúdio e mesmo orquestras (bastante emblemático é o lançamento do Deep Purple, Concerto For Group And Orchestra). Um outro grande passo para a sofisticação fora também a rápida difusão dos sintetizadores (a início os Moogs e Minimoogs inventados por Robert Moog), teclados capazes de criar novas tessituras e variedades sonoras antes impraticáveis.

O fim dos Beatles foi emblemático do fim de mais uma era no rock. Haviam sido talvez a banda que mais ajudara na transição entre o rock básico de letras simples dos primeiros tempos ao rock mais complexo e sério musicalmente e liricamente. Não mais apenas diversão e produto de consumo o rock era definitivamente encarado como expressão artística e social.

O publico de rock se dividia em duas frentes, a dos adolescentes mais interessados nos hits singles de bandas teoricamente "descartáveis" e a dos já amadurecidos rockers dos primeiros tempos, em busca de experimentação, letras elaboradas, álbuns completos.

O rock progressivo começava a se apresentar ao grande público e Greg Lake, após abandonar a banda King Crimson, formava a clássica banda Emerson, Lake & Palmer (acompanhado de Keith Emerson e Carl Palmer), cativando um público cada vez mais sério. O álbum Deja Vu de Crosby, Stills, Nash & Young, é o mais vendido do ano nos estados unidos. Com a aquisição do baterista Phill Collins a banda Genesis iniciava sua careira de sucesso.

Embora o rock progressivo continuasse em expansão, bandas de musicalidade mais simples e muito baseadas no apelo fácil da rebeldia voltavam a surgir para suprir a nova geração, principalmente nos Estados Unidos, como Slade, Sweet, Gary Glitter, T Rex, ou conseguiam um sucesso tardio, como David Bowie, Bay City Rollers e Elton John. A imagem (maquiagem, cabelos, roupas exageradas e coloridas) de músicos como Marc Bolan, do T Rex, iniciavam a definição do estilo Glam Rock (que aproveitavam a imagem exdrúxula e em muitos casos andrógina como fator de marketing).

Na Inglaterra, em 1970, sem requintes musicais, o Black Sabbath gravava seu primeiro disco (conta a lenda que em apenas dois dias), auto entitulado, expandindo as fronteiras do "peso" no hard rock e criando o que possivelmente poderia ser o primeiro disco definitivamente heavy metal conhecido do grande público. O limite dos escândalos envolvendo sexo, drogas e "satanismo" também é empurrado para diante.

Munido de maquiagem e teatralidade inéditos até então Alice Cooper seria a resposta americana ao inédito peso e atitude do Black Sabbath. Surge para o público em 1971 com o hit Eighteen e o álbum Love It To Death.

A cristalização do uso da imagem, do teatro e da "atitude" como fator de marketing tão ou mais importante do que a própria música seria a banda americana Kiss (que lançou seu álbum de estréia, auto-entitulado, em 1974) cujos músicos tocavam maquiados, assumiam personalidades de demônio, animal, homem espacial e deus, voavam, cuspiam fogo, vomitavam sangue e vendiam discos, maquiagem e bonecos como nenhuma banda de simples músicos poderia vender.

Em 1975, paralelamente ao rock elaborado das bandas progressivas ou de hard rock (o Queen lançava seu excelente primeiro disco auto-entitulado) e ao rock comercial glam, surgia nos pequenos bares e casas de show dos Estados Unidos um movimento musical underground marcado por descompromisso e cheio da autenticidade e da real rebeldia que faltava a estes primeiros. Em pequenos locais (como o emblemático CBGB em New York) bandas como Blondie e Ramones. O estilo era marcado pelo "do-it-yourself", a possibilidade de qualquer um (mesmo que não sabendo tocar) montar uma banda.

Foi responsabilidade de Malcon McLaren, até então dono de uma loja de roupas de couro (de certa forma uma sex shop) em Londres, o aproveitamento do novo estilo como algo comercial. Não tendo sido bem sucedido em empresariar a banda americana New York Dolls (que já estavam em franca decadência), McLaren voltou a Londres com a finalidade de montar ele próprio uma banda usando o padrão que havia conhecido nos Estados Unidos. Entre clientes de sua loja recrutou quem tivesse os parcos conhecimentos musicais necessários para formar a banda Sex Pistols. Acrescentaram à música simples e alucinada dos punks americanos letras anarquistas e mais agressivas. Seu primeiro hit foi Anarchy In The Uk, em 1975.

O punk criado nos estados unidos e popularizado na Inglaterra (onde logo viria a se tornar um movimento social do proletariado e não mais apenas um estilo musical) foi uma resposta necessária ao rock que estava se levando a sério demais, aos álbuns duplos conceituais, aos solos de dez minutos e às bandas que perdiam de vista o caráter de diversão do rock. O punk embora considerado por muitos anti-música foi na pior das hipóteses um mal necessário para mostrar e conter alguns exageros do progressivismo.

Em 1977 o primeiro disco dos Sex Pistols, Nevermind The Bollocks entraria direto no primeiro lugar da parada britânica. Aos Sex Pistols se seguiriam dezenas de bandas inglesas e americanas como Clash, Damned, Siouxie and The Banshees, além de serem resgatadas e tiradas do anonimato bandas como Ramones e Blondie.

O estilo também influiria embora indiretamente na sonoridade de novas bandas que surgiam, como Motörhead e AC/DC. O punk também absorveria elementos de outros estilos (como o reggae, por exemplo, de temática e musicalidade semelhantes em sua simplicidade). Bandas como The Police, Simple Minds e Pretenders (e um pouco mais tarde U2) adotariam um estilo que viria a ser conhecido como new wave, mais facilmente aceitável que o punk (cuja fórmula inicial já não surtia tanto efeito comercialmente).

Mas o punk e a new wave não eram a única alternativa à onda "disco" que assolava a música. Começava a se formar na Inglaterra com bandas como Judas Priest, Samsom e principalmente Iron Maiden o que viria a ser conhecido como New Wave Of British Heavy Metal, a resposta do som pesado e elaborado à sonoridade simples do punk. O hard rock também dava sinais de renovação com o primeiro álbum auto-entitulado da banda Van Halen em 1978.

Apesar do fim dos Sex Pistols em 1978 (com a fórmula tão esgotada quanto os próprios músicos após uma imensa tour pelos Estados Unidos) e da morte do anti-heroi, símbolo do punk, Sid Vicious (de overdose, após conseguir liberdade condicional da prisão onde estava por ter supostamente assassinado a namorada) em 1979, o rock nunca mais seria o mesmo após a onda punk.

O Rock está Adormecido...em breve retornará!

11 de jan. de 2008

Arquitetos/Engenheiros da Música...






Hoje, se completam 23 anos de história dos Engenheiros do Hawaii, uma das melhores bandas deste país, letras inteligentes, melodia sublime, como resumir 23 anos de música?? Uma Infinita Highway....

Os primeiros anos (1985 – 1989)

Quatro estudantes da Faculdade de Arquitetura da UFRGS - Humberto Gessinger , Carlos Maltz , Marcelo Pitz e Carlos Stein - resolveram formar uma banda apenas para uma apresentação em um festival da faculdade, que aconteceria por protesto à paralisação de aulas. Escolheram o nome Engenheiros do Hawaii para satirizar os estudantes de engenharia que andavam com bermudas de surfista, com quem tinham uma certa rixa.

Começaram a surgir propostas para novos shows e, após, algumas apresentações em palcos alternativos de Porto Alegre juntamente com uma série de shows pelo interior do Rio Grande do Sul. A banda em menos de quatro meses de carreira já consegue gravar duas músicas na coletânea Rock Grande do Sul (1985) com diversas bandas gaúchas em razão de uma das bandas vencedoras do concurso audicionador à coletânea ter desistido da participação do álbum na última hora.Meses passaram, e os Engenheiros do Hawaii gravam o seu primeiro álbum: Longe demais das capitais, em 1986.

Antes de começarem as gravações do segundo disco, Marcelo Pitz deixa a banda por motivos pessoais. Com Gessinger assumindo o baixo, entra o guitarrista Augusto Licks,A Banda muda o direcionamento temático, iniciando uma trilogia baseada no rock progressivo. . Destaque para Infinita Highway, Terra de Gigantes, Refrão de Bolero e a faixa título, dividida em duas partes. Começam os shows para grandes platéias nos centros urbanos do país, como o festival Alternativa Nativa, realizado entre 14 e 17 de junho de 1987.

O disco seguinte, Ouça o que Eu Digo: Não Ouça Ninguém, de 1988, pode ser visto como uma continuidade do anterior, tanto pelo trabalho da capa do álbum como pelo tema e estilo de suas canções. Destaque para as músicas Somos Quem Podemos Ser, Nunca se sabe, Tribos & Tribunais e Variações Sobre o Mesmo Tema', esta última uma homenagem à banda Pink Floyd, com sua estética progressiva e dividida em três partes. O álbum também marca a saída dos Engenheiros da cidade de Porto Alegre, indo morar no Rio de Janeiro.Consolidada a nova formação, os Engenheiros lançam Alívio Imediato, de 1989, quarto disco da banda e o primeiro registro “ao vivo”.

Mudança para o Rio de Janeiro (1990 – 1993)

O disco seguinte, O Papa é Pop, de 1990 consolida a mudança de sonoridade da banda. Puxados pelo sucesso Era um Garoto que como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones, o quinto disco dos Engenheiros investe no som progressivo, calcado nos solos de guitarra de Licks e em uma base mais eletrônica de teclados e bateria. Gessinger passa a assumir também os teclados da banda e começam a surgir as baladas "piano e voz" da banda. São dele as canções A Violência Travestida Faz Seu Trottoir, O Exército de um Homem Só, Pra Ser Sincero e Perfeita Simetria. Aclamados pelo público e massacrados pela crítica, os Engenheiros do Hawaii consagram-se no Rock in Rio II, arrancando elogios do jornal americano New York Times.

O ano de 1991 marca o lançamento do sexto disco, Várias Variáveis, que completa a trilogia iniciada no segundo e terceiro discos da banda. Há redução dos efeitos eletrônicos e a retomada de um som mais rock'n roll, mas não repete o mesmo sucesso do anterior, mesmo tendo a canção Herdeiro da Pampa Pobre. Este é um dos discos que contém as melhores letras do grupo, porém, o som não é o forte do álbum, sendo o mesmo questionado hoje até pelo próprio Gessinger. Pode-se dizer que foi um disco seminal, pois, canções como Piano Bar, Muros & Grades, Ando Só, em regravações em outros discos, estabeleceram-se como algumas das melhores da banda.No ano seguinte, 1992, é lançado o sétimo disco Gessinger, Licks e Maltz, ou GLM, inspirado no famoso logotipo ELP de Emerson, Lake & Palmer.

O oitavo disco dos Engenheiros é o semi-acústico Filmes de Guerra, Canções de Amor. Na verdade a banda na época considerava o disco acústico, pois condicionava tal formato à ausência de bateria e às guitarras semi-acústicas. A época não existia a febre de acústicos gravados pelos grandes nomes nacionais, o que denota o caráter visionário da banda. Com guitarras acústicas, percussão, piano, acordeão e participação da Orquestra Sinfônica Brasileira em três faixas, regida por Wagner Tiso, as velhas canções – como Muros & Grades, O Exército de Um Homem Só e Crônica – e novas composições – como Mapas do Acaso e Quanto Vale a Vida?, ganharam arranjos que apontavam para o blues, a música folclórica gaúcha e a erudito, ressaltando a excelente qualidade das letras dos Engenheiros do Hawaii.

Tempos de tempestade (1994 – 1996)

O passo seguinte foi remontar os Engenheiros, com a entrada do guitarrista Ricardo Horn. Como ao vivo a coisa não ficou a contento, posteriormente, também ingressam na banda: Paolo Casarin (acordeão e teclados) e o guitarrista Fernando Deluqui (ex-RPM). Após dois anos sem gravar, os Engenheiros lançam o álbum Simples de Coração, em fins de 1995. Destaque para as canções A promessa, A Perigo, Lance de Dados, Ilex Paraguariensis e Simples de Coração.

Gessinger Trio (1996 – 1997)

Gessinger paralelamente às gravações do "Simples de coração" começa a montar o trio chamado "33 de espadas" (no início com o intuito de tocar apenas música instrumental) e, no estúdio ao lado, ensaia escondido com dois amigos. Ao fim da tour do Simples de coração, a banda passou por uma grave crise. Àquela era uma formação temporária, formada apenas para gravarem um CD. Longe do sucesso de outros tempos, os engenheiros começam a pensar em seguir outros caminhos. O "33 de espadas" faz sua estréia abrindo o show da banda carioca "Surfista Prateado" já com a formação que viria se chamar "Gessinger Trio", Luciano Granja (guitarra) e Adal Fonseca (bateria) e gravar o excelente disco homônimo de 1996. O clima enxuto do disco, basicamente com bateria, baixo e guitarra, lembra os primeiros trabalhos de Gessinger, como exemplificam as canções Vida Real, Freud Flintstone, De Fé e O Preço.


A volta dos Engenheiros (1997 – 2001)

O disco Minuano, de 1997, marca a volta dos Engenheiros com este nome, porém, sendo a banda agora uma explícita carreira solo de Humberto Gessinger. Banda, no formato que compreendemos, jamais volta a ocorrer nos engenheiros do hawaii. Emplaca o sucesso A Montanha, além de outras belas canções como Nuvem, Faz Parte e Alucinação, uma cover para uma antiga canção de Belchior. O disco seguinte, Tchau Radar!, de 1999, exibe um Engenheiros mais maduro, onde as influências musicais da banda ficam mais evidentes (folk rock, rock'n roll dos anos 60, rock progressivo e MPB) com belas composições de Gessinger, como Eu que Não Amo Você, Seguir Viagem e 3X4 e duas covers: Negro Amor (It's All Over Now Baby Blue, de Bob Dylan) e Cruzada (de Tavinho Moura e Marcio Borges).

Da turnê de Tchau Radar!, surgiu o terceiro disco “ao vivo” da banda, e o décimo segundo de sua carreira: 10.000 Destinos. Novamente, Gessinger repassa o repertório consagrado da banda em novas versões divididas em um set acústico e um elétrico e conta com a participação de Paulo Ricardo, cantando Radio pirata do RPM, e do gaiteiro Renato Borghetti nas canções Refrão de um Bolero e Toda Forma de Poder. Como faixas-bônus, gravadas em estúdio, acompanham as inéditas Números e Novos horizontes, além do cover Quando o Carnaval Chegar, de Chico Buarque.

10.001 Destinos, Surfando Karmas & DNA e Dançando no Campo Minado (2001 – 2004)

Saindo Lúcio, Adal e Luciano, são substituídos por Paulinho Galvão (guitarra), Bernardo Fonseca (baixo) e Gláucio Ayala (bateria). Gessinger volta a tocar guitarra, após 14 anos responsável pelo contrabaixo dos Engenheiros.

Com essa nova formação eles regravam algumas músicas da banda e lançam reedição de seu último disco, agora intitulado 10.001 Destinos. Duplo, traz as mesmas faixas do disco precursor, e novas versões de estúdio das canções Novos horizontes, Freud Flinstone, Nunca se Sabe, Eu que Não Amo Você, A perigo, Concreto e asfalto e Sem você (É Foda!), um disco que ninguém compreende até hoje porque foi lançado.

Começava com esta formação, seguindo novamente o mercado musical (quando bandas mais pesadas começaram a ter mais espaço), de som mais limpo e pesado. Isso se confirma em 2002, com o lançamento do surpreendentemente excepcional Surfando Karmas & DNA, disco que consolida a nova fase da banda, e que tem a participação especial do ex-Engenheiros Carlos Maltz na faixa E-stória. São destaques do disco a faixa título e as canções Terceira do Plural, Esportes Radicais e Nunca Mais. Surfando Karmas & DNA é considerado um dos melhores, senão o melhor disco de estúdio da banda.

O disco seguinte, Dançando no Campo Minado, de 2003, mantém a regra: sonoridade muito similar ao seu antecessor com músicas curtas, guitarras pesadas e a poesia crítica de Gessinger denunciando os males da globalização, da desilusão política e ideológica e da guerra, nas canções Fusão a Frio, Dançando no Campo Minado, Dom Quixote e Segunda Feira Blues (partes I e II, esta última novamente com a participação de Carlos Maltz), porém, convivendo com um certo otimismo na parte mais emotiva da vida.

Acústico MTV (turnê acústica) (2004 – 2006)

Para comemorar os vinte anos de banda, completados em 2004, os Engenheiros do Hawaii lançaram o CD e DVD Acústico MTV. O acústico tem as participações especiais dos músicos Humberto Barros (órgão harmmond) e Fernando Aranha (violões). Este último já havia feito uma participação especial, tocando uma música do CD dançando no campo minado. O acústico conta com a participação especial de Carlos Maltz, que divide a voz com Gessinger na canção Depois de nós, de sua própria autoria. O disco conta com a participação de Clara, filha do vocalista, na canção Pose (executada com grande parte da letra cortada, fato que infezlimente se repete na história da banda). Também são gravadas canções do Gessinger Trio como O Preço e Vida real (esta última música de trabalho). Por fim, acrescentam-se ainda as canções inéditas Armas Químicas e Poemas e Outras Frequências.

Antes da gravação do acústico, a banda ficou seis meses de férias. O guitarrista Paulinho Galvão e o bateirista Gláucio Ayala resolveram, então, montar uma banda, O Sete. Durante a tour do acústico,o empresário da banda, Gil Lopes, pessoa que definitivamente não goza da simpatia dos fãs, e, tem uma grande responsabilidade sobre a saída de outras pessoas da banda, resolve que Galvão e Ayala devem escolher entre o Sete e os Engenheiros. Galvão tenta manter-se nas dua bandas, afirmando que não atrapalharia, mas seus pedidos não são atendidos. Como era um sonho formar um grupo próprio, ele acaba tendo de abandonar os Engenheiros. Já Ayala resolve abandonar o Sete e segue com os engenheiros. Fernando Aranha, assume o posto de "guitarrista" da banda. "Guitarrista" entre aspas porque eles ainda não gravaram nem um disco elétrico desde seu ingresso na banda. Humberto Barros, que não seguiu na turnê com os Engenheiros porque tinha compromisso com o Kid Abelha, foi substituído pelo jovem músico Pedro Augusto nos teclados. Este acaba sendo efetivado no disco seguinte.

Novos Horizontes - Acústico (2007)

O novo disco foi gravado nos dias 30 e 31 de maio de 2007, em São Paulo, no Citibank Hall, e foi lançado em agosto de 2007 com nove faixas inéditas, além de nove regravações. Entre as inéditas, destacam-se Não Consigo Odiar Ninguém, Vertical e Guantánamo.Nesse novo trabalho, Humberto Gessinger conta novamente com as participações de sua filha Clara, cantando A Onda e Parabólica, composta pra ela em 1992, além de seu companheiro e fundador de banda Carlos Maltz, voz e bateria na inédita Cinza.


E que venham mais 23 anos de EngHaw!!!

8 de jan. de 2008

Cinema 2008






JANEIRO:
Aliens vs. Predador 2
-
As raças guerreiras trazem sua briga para a Terra. Direção de Colin e Greg Strauss.

O Caçador de Pipas
-
O best-seller no Brasil e no mundo deve virar um dos filmes mais comentados do ano, com direção de Marc Forster.
Eu Sou a Lenda
-
Will Smith é o último sobrevivente de uma Nova York destruída – ou será que não? Francis Lawrence adapta a história sci-fi de Richard Matheson.

FEVEREIRO:
Cloverfield -
Com a campanha publicitária que movimentou a Internet, o monstro gigante de J.J. Abrams deve destruir Nova York – e, da perspectiva dos pobres humanos, não há nada a fazer. Direção de Matt Reeves. 1º de fevereiro
Rambo 4 - Sylvester Stallone, velhão, voltando a mais um de seus personagem marcantes dos anos 80. De onde ele tira tanto gás? 22 de fevereiro no Brasil

MARÇO:
À Prova de Morte
-
O novo filme de Quentin Tarantino finalmente aparece no Brasil – com Keith Russell como o maníaco do carro envenenado aterrorizando as estradas.


MAIO:
Homem de Ferro - O grande herói Marvel chega às telonas para mostrar ao mundo o frágil e brilhante Tony Stark. Robert Downey Jr. no papel principal e Jon Favreau na direção. 1 de maio
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal - Ele voltou! Com Spielberg na direção! Vá pra porta do cinema JÁ! 22 de maio
As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian
-
Na nova aventura em Nárnia, os irmãos Pevensie tem que ajudar Príncipe Caspian a retomar seu trono. 30 de maio

JUNHO:

O Incrível Hulk
-
Esqueça o outro filme do verdão e comece novamente do zero: com Ed Norton como Bruce Banner, Liv Tyler de Betty Ross e Tim Roth transformando-se na Abominação. Direção de Louis Leterrier. 13 de junho
Agente 86 - A nova versão do Agente 86 tem Steve Carrell no papel principal e Anne Hathaway como Agente 99. Direção de Peter Segal. 20 de junho

JULHO:
Batman - O Cavaleiro das Trevas
-
Precisa falar mais sobre esse filme? 18 de julho
Arquivo X 2 - Sim, vai acontecer. Com David Duchovny, Gillian Anderson e Chris Carter. A história? Interessa mesmo? É Arquivo X! 25 de julho

AGOSTO:
A Múmia 3 - Agora são pai e filho que embarcam em aventuras – desta vez contra uma múmia amaldiçoada da China! Com Brendan Faser, Jet Li e Michelle Yeoh. 1 de agosto
Dragon Ball Z
-
O famoso mangá e anime ganha versão live-action com Justin Chatwin como Goku e Emmy Rossum como Bulma. Direção de James Wong. 15 de agosto

SETEMBRO:
Hellboy 2
-
A cria do inferno volta para proteger o mundo contra uma invasão do mundo dos mitos. Guillermo del Toro de volta na direção, com Ron Perlman e Selma Blair. 5 de setembro
Leia mais

OUTUBRO:
Jogos Mortais 5 - Interessa a história? O que importa é que todo ano você pode contar com mais Jogos Mortais! EUA: 24 de outubro

NOVEMBRO:
Bond 22
-
Daniel Craig faz seu segundo filme como James Bond, desta vez com direção de Marc Forster trabalhando sobre novo roteiro do trio Paul Haggis, Neal Purvis e Robert Wade. 7 de novembro
Harry Potter e o Enigma do Príncipe
-
O penúltimo filme da série! Rápido, antes que esses atores virem adultos! 21 de novembro

DEZEMBRO:
Madagascar 2 - Na continuação do filme, Alex, o Leão, descobre sua família na selva africana. A animação tem vozes de Ben Stiller, Chris Rock e Jada Pinkett Smith. 12 de dezembro
Star Trek - A retomada da série mostra como o capitão Kirk formou a tripulação de sua Enterprise. Com Chris Pine, Zachary Quinto, Eric Bana, Winona Ryder e Simon Pegg. Direção de J.J. Abrams. sem previsão (EUA: 25 de dezembro)

Fonte:Omelete.com



7 de jan. de 2008

Eternas Lembranças...


Existem Horas em que paro pra pensar...será que fiz o que devia fazer...será que desperdiçei momentos únicos...que diferença isso refletiria hoje??
Após ver o filme Sociedade dos Poetas Mortos essa dúvida se transformou em lição...deve- se aproveitar a vida...dormir demasiado tarde antes que seja tarde demais para acordar...tornar aqueles raros momentos com a família, amigos, um momento especial, que fique na memória pra sempre...

"Fui para os Bosques viver de livre vontade...Eu queria viver profundamente, e sugar a própria essência da vida... expurgar tudo o que não fosse vida; e não, ao morrer, descobrir que não havia vivido". (Henry Thoreau)

Fica uma reflexão para que não passemos mais por tal situação de arrependimento, se seguirmos a filosofia Carpe Diem........os momentos serão eternas lembranças...

6 de jan. de 2008

História do Rock - Parte 03 - Anos 60

Por João Paulo Andrade

Continuando a série de fatalidades entre os rockstars iniciadas em 1959, já em abril de 1960 morreria Eddie Cochran em uma colisão de um táxi contra um poste de energia elétrica. No mesmo carro estava Gene Vincent que juntamente com a namorada de Eddie sofreu apenas ferimentos. O impacto emocional do acidente talvez tenha sido o motivo pelo qual Gene Vincent não mais apresentou a mesma performance e iniciou o declínio de sua careira (chegando a desmaiar no palco durante uma tour pela Inglaterra).

No final da primeira fase do rock and roll também foi emblemática a perseguição ao criador do estilo, Allan Freed, processado e condenado ao pagamento de uma multa de mais de US$30.000 por ter recebido pagamentos em troca da execução de determinadas músicas em seus programas e festas. Alegava-se que as atitudes anti-éticas de Allan Freed haviam sido responsáveis pelo sucesso do rock and roll que de outra forma não poderia ter atingido tamanha repercussão. Allan Freed após a divulgação deste escândalo foi obrigado a se retirar da atenção do público.

Mas enquanto o rock declinava sensivelmente no seu pais de origem, do outro lado do Atlântico, na Inglaterra, principalmente nas cidades portuária (por terem estas acesso mais fácil às músicas que vinham do continente americano), crescia o interesse pelo rock and roll. Billy Furry foi o primeiro artista de rock inglês a ter alguma repercussão nos Estados Unidos, ainda baseado nos conceitos comerciais do rock original, com músicas feitas por encomenda. Na cidade de Liverpool estava tomando forma um movimento cultural que tomou o nome de um fanzine musical local, Mersey Beat. Entre as bandas locais já destacavam-se os Beatles.

Em oposição ao rock juvenil e inocente da década de 50, começaram a surgir nos Estados Unidos artistas mais preocupados em passar mensagens importantes através da música. Com base na música folk e tocando em bares surgiam artistas como Bob Dylan e Joan Baez, que em muito breve viriam a mudar o rosto do rock. O movimento intelectual chamado de Beatnik foi de grande importancia na formação deste novo estilo. O Beat era caracterizado pela valorização da individualidade, do livre arbítrio, da experimentação e da mudança, em contradição à manutenção dos antigos valores considerados importantes pela burguesia.

Em 1963 Bob Dylan já era um astro de relativa repercussão e suas letras inteligentes chamavam a atenção de público e crítica, fato inédito até então na música pop. Em abril fez seu primeiro grande show em New York, e teve uma apresentação no programa de TV de Ed Sullivan cancelada em virtude do conteúdo "revolucionário" de suas letras. Já em maio ocorreria na Califórnia o Monterey Festival reunindo Bob Dylan e Joan Baez, além de outros artistas do estilo como Peter Seeger e o trio Peter, Paul & Mary. Rapidamente a música folk e principalmente Bob Dylan seriam taxados de comunistas e degenerados, o que obviamente atraiu a atenção do público jovem e aumentou o apelo do novo estilo.

Do rock ao estilo antigo talvez a única grande novidade no início da década de 60 tenham sido os Beach Boys, banda a início dirigida basicamente à comunidade de surfistas mas que terminou por ter uma inesperada repercussão com o hit Surfin’ Usa (um plágio descarado a Sweet Little Sixteen de Chuck Berry, por quem seriam processados neste mesmo ano). Em seu rastro surgiriam outros artistas com temas de surf, como Jan and Dean.

Na Inglaterra, contratados por George Martin da EMI, após terem sido desprezados pela gravadora Decca, em 1963 os BEATLES já eram um sucesso sem precedentes usando a formula de juntar o apelo fácil de músicas cativantes a grande presença, bom humor e algum cinismo em entrevistas, que chamavam a atenção da imprensa. Era estranho também para a época que fossem os próprios membros da banda responsáveis por grande parte de suas composições. Com um cover de Come On (música de Chuck Berry) estreava também na Inglaterra, ainda sem grande repercussão, a banda Rolling Stones.

As novidades já não levavam tanto tempo para se espalhar por outros paises. Bob Dylan e outros artistas folk dos Estados Unidos penetravam finalmente o mercado inglês enquanto paralelamente os BEATLES conquistavam a américa. Curiosamente em abril de 1964 Bob Dylan era número um na Inglaterra com a música The Times They Are A Changin enquanto os BEATLES ocupavam as cinco primeiras posições na parada americana (com Cant Buy Me Love em primeiro lugar). Não haviam atritos ou disputa entre os estilos musicais opostos... as letras e a postura política de Bob Dylan sempre foram abertamente elogiadas pelos Beatles.

Os Rolling Stones se tornavam também um grande sucesso mundial com sua ida aos Estados Unidos pouco após os BEATLES (a atitude irreverente dos Stones, com seus frequentes escândalos, era a antítese perfeita à educação e boa aparência dos Beatles, conquistando a parcela mais rebelde do público). Outras bandas inglesas como Herman’s Hermits, The Kinks e The Animals também despontavam.

A partir de 1965, com a banda Yardbirds (de carreira tão curta quanto influente, que teve entre seus membros ninguém menos que Eric Clapton, Jimmy Page e Jeff Beck) e The Who, o rock começava a ganhar uma agressividade inédita, com guitarras mais ditorcidas e mais amplificação.

Em 1966, com o single Substitute o The Who finalmente levava o hard rock pela primeira vez ao topo das paradas (em grande parte devido à repercussão do quebra quebra generalizado promovido após os shows pela banda no palco e pelo público na platéia), enquanto Eric Clapton forma o power trio Cream. Nos Estados Unidos as novidades eram menos agressivas: a fusão definitiva entre o folk e o rock da banda The Byrds e Simon & Garfunkel e as harmonias vocais da banda The Mammas and The Pappas.

As influências das temáticas mais complexas do folk rock eram flagrantes (vide a evolução dos BEATLES com o álbum Revolver) e paralelamente às letras mais instigantes os músicos buscavam também levar adiante as sonoridades, explorando instrumentos exóticos e arranjos mais complexos, experimentais e inexperados.

As drogas não mais eram apenas consumidas para eliminar o cançasso, mas sim para buscar prazer e estados alterados de percepção. A música da época foi fortemente influenciada por drogas como LSD, seja porque era composta sobre seu efeito ou porque era composta de maneira a simular ou tentar ampliar seus efeitos. O novo tipo de música foi chamado de psicodélico.

Sobre o efeito de LSD os BEATLES gravaram o que possivelmente foi o álbum mais revolucionário da história do rock, Sht Peppers’ Lonely Hearts Club Band, em 1967. Pela primeira vez uma banda de rock rompeu definitivamente com o formato extremamente comercial da música hit single, lançando uma obra em que cada música era apenas uma parte do todo. Tendo gasto mais de 700 horas e seis meses de gravação, tratou-se de um álbum instigante desde a sua capa (uma colagem de personalidades admiradas pelos Beatles) até o último sulco do disco (um ciclo sem fim).

Para muitos Sgt Peppers é considerado o nascimento do rock progressivo (que não se prende a nenhum conceito predefinido, baseado na experimentação e no ineditismo). Divide esta glória com um outro álbum, curiosamente gravado no mesmo estúdio e ao mesmo tempo, The Pipers At The Gates Of Dawn, da banda Pink Floyd, que havia ficado famosa pelas suas performances audiovisuais no underground londrino, capitaneada pelo gênio movido a LSD de Syd Barret.

Descoberto e levado para a Inglaterra pelo ex-Animals Chas Chendler, Jimi Hendrix seria uma outra grande revelação de 1967. Com seu segundo single, Purple Haze (o primeiro havia sido Hey Joe, um ano antes) Hendrix captou a atenção não apenas do público, mas de astros como Eric Clapton e Mick Jagger, criando uma nova sonoridade e ampliando definitivamente o papel e os recursos da guitarra elétrica no rock.

Baseados na agressão ao stablishment e na liberdade (sexual e de experimentação) herdada do pensamento beat, surgia nos Estados Unidos o movimento hippie, concentrado principalmente em San Francisco, e tendo como expoentes bandas como Gratefull Dead, Jefferson Airplane (claramente influenciadas por drogas) e The Doors (com seu primeiro single, Light My Fire) e artistas derivados da música folk como Janis Joplin. São marcos da época as flores no cabelo (daí o termo flower power), os cabelos longos e as comunidades alternativas. O símbolo de três pontas relacionado ao lema "paz e amor" foi tomado da sinalização militar que significava "cessar bombardeio". Nada mais adequado em época de Guerra do Vietnan.

O grande evento do ano de 1967 seria o Monterey Pop Festival que reuniu na California Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Animals, Simon and Garfunkel, Bufallo Springfield, entre outros.

Em 1968 com o final da banda Yardbirds Jimmy Page forma o New Yardbirds logo renomeado para Led Zeppelin, ao mesmo tempo em que o Cream alcançava um merecido sucesso. Uma outra banda de hard rock, Sttepenwolf, na música Born To Be Wild, cunhava pela primeira vez o termo ‘heavy metal’. A sonoridade do Led Zeppelin era inédita, e embora muito baseada no blues, mais agressiva do que qualquer música anterior. Instrumentistas virtuosos, solos e improvisações de tempo indeterminado começavam a se destacar. O hard rock iniciava seu período de apogeu ao mesmo tempo em que os clássicos como BEATLES e Pink Floyd, passavam por problemas de convivência cada vez maiores (embora os BEATLES ainda fossem levar sua carreira adiante por quase dois anos, o Pink Floyd sofreria uma grande mudança com a saída de Syd Barret).

1969 foi ainda o ano dos grandes festivais. A morte de um fã durante um show dos ROLLING STONES durante uma apresentação gratuita no festival de Altamond, California, foi o marco negativo do ano. Mas mesmo esta má impressão não seria capaz de abafar a realização do que possivelmente foi o maior evento de música de todos os tempos, entre 15 e 17 de Agosto, em Woodstock, interpretado por muitos como o marco do início de uma nova era de paz e amor, com apresentações entre outros de Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jefferson Airplane e The Who. No Newport Jazz Festival por sua vez apresentaram-se Led Zeppelin, Jethro Tull, John Mayall, Ten Years After, Jeff Beck, James Brows, Johnny Winter, entre outros.

Com bandas de músicos virtuosos como Pink Floyd, Led Zepellin, Cream, Jethro Tull e Deep Purple, e os super experimentais Mothers Of Invention de Frank Zappa, associados aos trabalhos cada vez mais elaborados de bandas antigas como os BEATLES e o The Who (que havia lançado a ópera rock Tommy, elevando definitivamente o rock a categoria de arte) a simplicidade característica do rock dos primeiros tempos havia sumido.


4 de jan. de 2008

História do Rock - Parte 02 - Anos 50


Por João Paulo Andrade

Musicalmente falando, quem primeiro definiu o estilo rock and roll foi Bill Haley, que baseado principalmente no country criou uma batida diferente acentuada no segundo e quarto tempos de uma marcação 4x4. A data mais comumente aceita como a da criação do rock and roll é a do lançamento da música (We’re Gonna) Rock Around The Clock de Bill Haley and The Comets, em 12 de Abril de 1954, embora dezenas de gravações anteriores já apresentassem um ou outro fator do que viria a se cristalizar como rock and roll (o próprio Bill Haley havia gravado no mesmo ano, um pouco antes, a música Shake Rattle and Roll).

O sonho de encontrar um branco capaz de cantar como um negro havia sido realizado por Sam Phillips, de um pequeno selo chamado Sun Records. Em seu início de carreira com o single de Thats All Right e Blue Moon of Kentucky, logo seguido por Good Rockin’ Tonight e I Don’t Care If The Sun Dont Shine, poucos poderiam acreditar que o Elvis Presley que ouviam no rádio era um branco. Obviamente parecia mais saudável à sociedade conservadora e racista aceitar aquele tipo de música vindo de um rapaz com rosto de bom moço. Qualquer boa intenção porém era desmentida pela maneira agressiva e sensual de dançar.

Embora criado um ano antes o rock and roll só viria a explodir definitivamente em 1955, em grande parte influenciado pela inclusão de Rock Around The Clock como música de abertura do filme Blackboard Jungle (Sementes da Violência) sobre relações tumultuadas entre alunos e professores (uma analogia a algo muito mais amplo, o relacionamento entre o stablishment e a ânsia por mudanças). Uma juventude a cada dia mais delinquente e em busca de herois sem relações com herois do passado rapidamente adotou (para pavor da parcela mais conservadora da sociedade) a rebeldia (mesmo que sem causa) como exemplo a ser seguido, e por tabela a música do filme como catalisador desta rebeldia. Obviamente o novo tipo de música passou rapidamente a ser associado à degeneração da juventude, o que tornava ainda maior seu fascínio, em um ciclo vicioso irresistível.

E quando todos pensavam que nada pior poderia influenciar em tão grande escala a juventude americana eis que um negro, Chuck Berry, sobe às paradas com uma versão para o hit country Ida Red, renomeado para Maybelline (da qual consta o nome de Allan Freed como autor embora este não tenha ajudado na composição). Embora nunca tenha conseguido para si o título que lhe poderia ser devido de rei do rock (usurpado pelo branco Elvis) sua importância nunca foi discutida.

Ainda mais assustadora para os conservadores porém seria a aparição nas paradas de um segundo negro, Little Richard, este ainda por cima afeminado, maquiado e com um penteado no mínimo exótico, cantando em seu primeiro verso o que viria a ser para sempre o grito de guerra mais conhecido do rock and roll, tão indecifrável quanto contagiante... "a wop bop a loo bop a lop bam boom".. a música... Tutti Frutti.

A prova definitiva de que o rock and roll seria a mais lucrativa música de consumo dos próximos anos viria com o pagamento de inéditos 45.000 dólares pelo passe de Elvis Presley (que chegara a ser aconselhado a voltar a dirigir caminhões menos de dois anos antes) para a gravadora major RCA Victor.

Em 1956 enquanto Elvis Presley consolidava seu sucesso com novos hits como Heartbreak Hotel, Blue Suede Shoes (que deveria ter sido lançada pelo seu autor, Carl Perkins, não tivesse este sofrido um grave acidente de carro que o deixou paralisado um ano) e regravações de músicas já consagradas como Tutti Frutti (com Little Richard) e Shake Rattle and Roll (com Bill Haley) tornava-se urgente para outras gravadoras achar artistas que pudessem rivalizar Elvis ou ao menos conseguir alguma repercussão usando de seu estilo.

A Sun tentando se livrar do estigma que a perseguiria de ser apenas a gravadora que descobriu Elvis e o vendeu por (apenas depois isso seria óbvio) uma ninharia, lançava Roy Orbison com Ooby Dooby. Como pianista já tinha em seus estúdios aquele que viria em pouco tempo a ser seu grande trunfo e tentativa mais eficiente de igualar o sucesso de Elvis, Jerry Lee Lewis. A Capitol Records responderia a Elvis com Gene Vincent and The Blue Caps, marcado pelo estilo do vocalista que balançava em torno de sua perna parada (na verdade paralisada em virtude de um acidente de moto) e pelo hit Be Bop A Lula.

Com uma sonoridade um pouco diferente, mais marcada pela música negra de origem, principalmente gospel, começava a despontar o talento de James Brown com o quase soul Please Please Me.

Já sobre o comando do empresário Tom Parker o talento de Elvis era aproveitado também no cinema no filme The Reno Brothers, logo renomeado para Love Me Tender em virtude do grande sucesso da canção tema. Não tardam a aparecer outros filmes com participações de astros do rock, como Rock Around The Clock e Don’t Knock The Rock (apresentando Bill Haley e Allan Freed), The Girl Can’t Help It (Little Richard, Gene Vincent, Eddie Cochran), entre outros. Enquanto isso, na Inglaterra, com algum atraso, o filme Blackboard Jungle levava o rock and roll ao reino unido.

Com o alistamento obrigatório de Elvis Presley nas forças armadas em 1957 o fim do rock and roll foi anunciado pela primeira vez. Afinal o que haveria neste rítmo que o poderia fazer mais durável do que tantos outros como o cha-cha-cha, a rumba, o calipso, o mambo?

Contrariando todas as previsões novos hit makers surgem de onde menos se espera. Se juntando à banda Crickets o até então inexpressivo Buddy Holly, de Nashville, prova com os hits açucarados That Will Be The Day e Peggy Sue que o rock poderia ser domado e usado associado a um bom moço e letras românticas sem segundas intenções.

As esperanças de menos rebeldia e dias mais calmos no radio não se concretizariam, obviamente. Seja por lançamentos como School Days de Chuck Berry (uma ode ao fim das aulas) ou pela explosão tardia de Jerry Lee Lewis com Crazy Arms e Whole Lotta Shakin’ Going On.

Com o ingresso de Elvis nas forças armadas (a despeito de este ter deixado gravado material para dezenas de lançamentos e um filme gravado, King Creole) Jerry Lee Lewis era o candidato natural para seu posto, rebelde, carismático... e branco. Seu apelo ao público era proporcional ao seu ego e Great Balls Of Fire rapidamente se tornou o sucesso do ano de 1958. Sua carreira viria a derrocar de maneira tão meteórica quanto surgira em virtude de vir a público seu casamento com a prima de 13 anos, Myra Gale Brown, e de ele nem ao menos ter tido o cuidado de desmanchar um de seus casamentos anteriores, sendo portanto um bígamo, o que era demais para a sociedade da época.

1958 vê ainda Chuck Berry lançar dois dos maiores clássicos do rock de todos os tempos, Sweet Little Sixteen (sim, sobre garotas adolescentes) e Johnny B. Goode (quase auto biográfica). O Rock bonzinho e romântico por sua vez reage com All I Have To Do dos Everly Brothers. James Brow lança seu primeiro grande hit, Try Me.

O ano negro de 1959 começou marcado pelo acidente de avião que em janeiro, em Clear Lake, Iowa, matou Buddy Holly, Big Booper e o recém descoberto chicano Ritchie Valens (do sucesso La Bamba). Após uma apresentação conjunta durante uma mal-sucedida turnê de inverno chamada Winter Dance Party , o avião que transportava o grupo de uma cidade para outra, em meio a uma tempestade de neve e com um piloto inexperiente, caiu pouco após a decolagem, não deixando sobreviventes.

A década termina com Chuck Berry sendo preso por cruzar uma fronteira estadual com uma prostituta (que teoricamente havia sido contratada para trabalhar em um clube de sua propriedade em Saint Louis). Seu grande crime obviamente era ser negro em uma sociedade racista e ter alcançado tanto sucesso. Berry foi julgado e condenado a dois anos de cadeia.

Os fatos citados acima eram emblemáticos e fáceis de notar mas os problemas do rock não se reduziam a estes. O estilo estava gasto em virtude da superexposição e mesmo grandes nomes como Carl Perkins e Jerry Lee Lewis estavam tomando o caminho mais lucrativo do country. Elvis Presley, de volta de seu serviço nas forças armadas, passaria de rockeiro rebelde a entertainer familiar, gravando praticamente apenas baladas. A juventude finalmente notara que Bill Haley e Allan Freed afinal já não tinham idade para serem ídolos jovens. Talvez o rock finalmente tivesse morrido. Ou talvez apenas precisasse de algumas mudanças.

3 de jan. de 2008

Lucidez...


Vamos!Acordemos para a realidade, façamos algo para mudá-la, isso não pode continuar assim, existem pessoas morrendo nestre instante, vítimas da violência urbana e do descaso dos incompetentes "governantes".
Vamos!Acordemos para a Surrealidade, acreditemos em nossos sonhos, acreditemos que possamos mudar essa realidade, acreditemos nos "governantes"??
Vamos!Temos que agir o mais rápido possível, não há tempo de conscientização, não há tempo de esperar, é tempo de fazer, façamos nossa parte, o possível pra mudar o mundo......Ou será que é tarde demais?!?

A História do Rock - Parte 1 - Primórdios

Por João Paulo Andrade


Apesar de no decorrer de sua história o rock and roll ter ficado mais marcado por astros brancos, deve-se aos negros, escravos trazidos da África para as plantações de algodão dos Estados Unidos, a criação da estrutura rítmica e melódica que seria a base do rock. Os cantos entoados pelos negros durante o trabalho, no início do século XX dariam origem ao Blues (do inglês azul, usado para designar pessoa de pele escura, bem como tristeza ou melancolia). Focado basicamente no vocal, o blues era geralmente acompanhado apenas por violão.


Enquanto o blues se desenvolvia nos campos e pequenas cidades, nas grandes cidades por sua vez tocava-se o jazz, baseado na improvisação e marcado por bandas maiores e arranjos mais elaborados, com percussão e instrumentos de sopro.

Por um outro lado, nas igrejas evangélicas desenvolvia-se a música gospel negra, que embora obedecendo as escalas de blues, caracterizavam-se por rítmo frenético ou mesmo sensual, canções de redenção e esperança para um povo oprimido. A música era acompanhada por piano ou órgão.

A economia de guerra e o desenvolvimento da indústria havia levado mais gente dos campos para a cidade, forçando o relacionamento entre brancos e negros e a tensão social e racial mas também favorecendo a influência mútua entre a música negra (blues e seus derivados) e a música branca (principalmente country e jazz). Da fusão do blues original com os rítmos mais dançantes dos brancos surgiu o rhythm and blues, que levou a música negra ao conhecimento da população consumista.

No início da década de 50, com o final da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coréia, os Estados Unidos despontavam como grande potência mundial. Mais do que em qualquer outro momento da história era incentivado o gozo da vida, marcada que estava a sociedade pelos anos de sofrimento da guerra. A população de maneira geral e inclusive as minorias pela primeira vez tinha dinheiro para gastar com supérfluos como música. Com o anúncio da explosão de bombas atômicas pela União Soviética e um possível "fim do mundo" a qualquer momento, a ordem geral era aproveitar cada momento como se fosse o último.

Numa época de mudanças surgia uma corrente intelectual inédita contrária à antiga política, rebeldia esta refletida na literatura, como no livro O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger, mas mais notadamente no cinema com a glorificação da antítese dos antigos valores em filmes como O Selvagem da Motocicleta (em que Marlon Brando interpreta um delinquente).

Em pleno crescimento econômico capitalista o consumo era considerado fator primordial para geração de empregos e divisas, bem como o melhor antídoto contra o comunismo, e a busca por novos mercados consumidores era incessante. Obviamente a parcela mais jovem da população rapidamente se mostrou mais facilmente influenciavel e ao público adolescente pela primeira foi dado o direito de ter produtos destinados ao seu consumo exclusivo, bem como poder de escolha.

Estranhamente porém os jovens brancos em grande parte se negavam a consumir a música normalmente consumida pela maioria branca. Começaram a buscar na música dos guetos algo diferente. Com a indústria fonográfica de grande porte não preparada para suprir o público consumidor com este tipo de música ganharam importância selos pequenos de música negra.

A aceitação deste tipo de música pelo público de maior poder aquisitivo levou a incipiente indústria fonográfica da época a investir na evolução do estilo e procura e contratação de novos talentos, principalmente na procura de um jovem branco que pudesse domar aquele estilo aliando a ele uma imagem que pudesse ser vendida mais facilmente. Tornaram-se comuns os relançamentos de versões de músicas dos negros regravadas por artistas brancos, que terminavam por tirar os verdadeiros criadores do estilo do topo das paradas.

Uma outra grande revolução de costumes estava em curso. Sexo deixava de ser tabu e passava a ser considerado diversão (tanto para o homem como para as mulheres). As canções de amor por pressão do público comprador passavam a dar lugar a letras mais sacanas, embora muitas vezes fosse necessário criar versões atenuadas de versos mais diretos.

A mistura explosiva da empolgante música negra com o consumismo branco adolescente havia sido feita... a explosão era questão de tempo....

Mas quem teria sido o homem que mereceria ser coroado como responsável pela "criação" do rock and roll? Obviamente um estilo musical tão complexo não poderia Ter sua invenção atribuida incontestavelmente a apenas um indivíduo ou grupo de indivíduos. Mas se alguém merecesse ter seu nome associado à "criação" do rock como o conhecemos este alguém não seria Elvis ou Bill Haley ou Chuck Berry ou nenhum outro cantor ou band leader. O "inventor" do termo rock and roll e grande responsável pela difusão do estilo foi o disk jokey Allan Freed, radialista de programas de rhythm and blues de Cleveland, Ohio, que primeiro captou e investiu na carência do público jovem consumista por um novo tipo de música mais energética e primeiro percebeu o potencial comercial da música negra.

O termo rock and roll era uma gíria dos negros americanos, referente ao ato sexual, presente inclusive em muitas letras de blues (a exemplo de My Daddy Rocks Me With a Steady Roll da cantora Trixie Smith, de 1922). Allan Freed foi o responsável por usar o nome sonoro para denominar o novo estilo musical em que estava investindo.

Em 1951 Allan Freed criou o programa Moon Dog Show mais tarde renomeado para Moon Dog Rock and Roll Party ao mesmo tempo em que promovia festas de dança com o mesmo nome, movidas inicialmente a blues e rhythm & blues e mais tarde pelo rítmo que havia ajudado a definir e divulgar. Suas festas apesar dos constantes atritos e reclamações por parte das autoridades eram um sucesso. Tumultos lhe valeram dezenas de processos por incitação à violência.

Enquanto a juventude adotava o novo rítmo como sua marca registrada os adultos, principalmente das parcelas mais conservadoras da sociedade, a taxavam como causa de toda delinquência juvenil... apesar do exagero dos protestos, não estavam de todo errados, o gosto pelo rock era realmente parte do estilo das gangues juvenis.


Por João Paulo Andrade

2 de jan. de 2008

Luz...


" .. Livro depressivo, na areia da praia. Eu banco o deprimido. Talvez você caia na minha rede, um dia .. Cheia de cacos de virdro. E o galã não vê que é bombardedado com balas de hortelã. E a santa milagrosa, vê que Deus não dá esmola, não, subtamente, assalta ...
Quero que você me ame bastante, daqui até a Constante Ramos ..
Vamos lado a lado como gigantes, como dois gigantes enfrentando os ônibus...
E o menino triste quer ser um herói, mesmo um herói triste ..
E a Dama sem cara, das bolsas vazias, sente um amor aflito .. "

.

Que fique claro, que estou postando a pedido do Julio '

Musicas, Filmes, Cotidiano...
Simplesmete não sei sobre o que escrever...
Nem sobre o que pensar.

Começo de ano sempre foi sinal de renascimento, novos planos, projetos, promessas...
Pra mim, não.
Pra mim, signifaca fim. E o fim nunca me agradou. Nem um pouco!
Fim de um tempo que passou, e não volta.
Fim de algumas relações, algumas realidades...
Tudo bem, que coisas novas virão... Mas é que as vezes, assusta.
Ah, mas eu sou realmente uma menina chata.
E penso, que não deve ser a coisa mais agradavel, ler sobre minhas angustias '
Então, vou-me indo '
Na esperança de que tudo melhore .



" Amanheçam brilhando mais forte ... "

O Poeta Transformou as Ruínas da Cidade...




Certa vez Clarice Lispector, no esforço de conquistar o esplendor e as ruínas de Brasília, chegou a afirmar que aqui ninguém morre. Nunca. O espanto e a admiração de Lispector nos conduz a uma cidade que viveria do cruzamento da dialética do futuro pontuada por marcas fantasmagóricas do homem do passado. Retomo a poética assombrada de Clarice Lispector para falar de um desses homens, que, no meio de uma cidade cheia de luz, sombras e ruínas, soube estabelecer uma das melhores contribuições à nossa cultura urbana juvenil. Falar de Renato Russo significa discutir a herança de um grupo geracional e nos remeter às experiências da emergência do rock brasiliense - do Aborto Elétrico, Legião Urbana, Capital, Detrito, RPM, Plebe Rude.

Então, talvez, para pensarmos a relação entre Renato Russo e Brasília seja necessário refazermos um percurso da própria história dos anos 80 e as várias relações poéticas dos roqueiros com a cidade.

Renato, este sim um nome que não morre, pode ser visto como um rapaz de educação principesca capaz de entender o movimento de formação da própria cidade, tomar consciência do seu tempo, de sua geração e mergulhar fundo em suas contradições. Ele não foi o único a realizar essa experiência na curta histórica do rock/pop nacional. Me parece que a diferença dele para outros poetas do rock é que ele (Renato) era um mito e, principalmente, porque tinha consciência de que era um mito. O melhor de tudo: sabia elaborar isso; sabia como permanecer na condição de mito. Não é possível entender a relação entre o poeta e a cidade acreditando que Renato foi apenas um músico capaz de vender milhões de discos. Era isso também, mas perseguia uma estranha combinação entre sucesso da indústria cultural e os processos de crítica social. Certa vez, lembro, ele chegou a afirmar que queria ser um Duran Duran com as letras de Bob Dylan.

Suas músicas estão pontuadas por um sentimento de conquista de modernidade que tem como base a perda de sentido das coisas (da moral, do amor, da solidariedade, da perspectiva de liberdade, da ilusão do trabalho) e ao mesmo tempo mostra uma espécie de reencantamento do mundo. Utopias.

A procura por utopias na poesia de Renato Russo não é ingênua, mas permeada de contradições. As suas letras, de um modo geral, constroem uma fala problematizadora do homem contemporâneo ao se debater com a promessa do sonho e o uso instrumental de seus sentimentos, desejos e vontades. De uma certa forma essas foram marcas simbólicas do "Rock Brasil", emergente dos anos 80. Legião, Titãs e Paralamas pontuaram de modos diferentes essa tendência crítica que, mesclada com as experiências individuais dos componentes das bandas, vai discutir as questões da festa, da moda, as primeiras descobertas do amor, a política, a injustiça social, a repressão, a ética, a censura.

Essas temáticas vão se concretizar em músicas como Geração Coca-Cola, Tempo Perdido, Andrea Doria, Que País é Este?, A Dança e Faroeste Caboclo, entre outras. De uma certa forma, são músicas que pontuam o enfrentamento de um Eu-poético e jovem, com a conquista de um processo de modernidade experimentado, sobretudo, na cidade.

Em Música Urbana 2, Renato realiza uma espécie de panorâmica sobre a cidade e recolhe estilhaços da cena urbana para lhe fazer um elogio (transformando clichês da vida noturna em sons, ruídos e música). "Em cima dos telhados as antenas de TV tocam música urbana/Nas ruas os mendigos com esparadrapos podres/Cantam música urbana..." É um tipo de construção poética que sugere a relação do poeta com a cidade urbana brasileira. Só para termos uma idéia da delicadeza dessa relações, podemos comparar a disposição de Renato Russo a de Paulo Ricardo (RPM) no espaço urbano. Após falaram de suas preferências musicais, de leituras e experiências profissionais, os dois músicos comentam a vida em Brasília. Paulo Ricardo inicia afirmando o seu desgosto com a cidade, com seus grupelhos e seus guetos: "Aqui é para filhos de militares, todo mundo é filho de alguém, não se misturam, não trocam idéias... Era uma cidade muito boa para velho e criança". Renato Russo postula um caminho diferente, reelaborando as possíveis mesquinharias da cidade: "Engraçado, pois a gente pegou isso e começou a trabalhar justamente em cima disso, para anarquizar mesmo".

Quando recolho o exemplo dos dois músicos não pretendo compará-los para fazer qualquer julgamento (afinal ambos construíram um discurso possível em um momento exato e historicamente colocado). A intenção é muito mais entender a dinâmica da relação entre o poeta e a cidade. Renato não se afasta da cidade; vive suas ruínas no esforço de criação de um projeto ainda utópico marcado pelas heranças da modernidade.

Talvez seja a longuíssima Faroeste Caboclo que melhor clareie essa visão de modernidade que Renato identificou no país. As experiências e situações presentes na trajetória de João de Santo Cristo vão encontrar alguma verossimilhança nas tensões que uma multidão de pessoas comuns enfrentam em seu dia-a-dia nas cidades brasileiras. Nas imagens e símbolos de sua via-crúcis estão inscritos muitos heróis anônimos que resistem em uma situação de combate e de duelo, no enfrentamento com o mundo moderno e todas as suas manifestações: "um motorista de táxi me disse que era a História do irmão dele", disse Renato Russo certa vez.

A música da Legião procura, na maioria das vezes, construir sentido, indicar caminhos e acenar com certas verdades ­ isso de algum modo a coloca dentro de um projeto de modernidade que postula principalmente um intercâmbio entre o indivíduo e os processos sociais. Lembro de uma entrevista de Renato Russo na qual ele, parodiando Bob Dylan, dizia que o bom pop era justamente isso: "a ligação do indivíduo e essa bagunça toda que está aí". Ele mobilizou esse conceito em suas músicas e, me parece, em sua curta existência. Notemos, por exemplo, a sua relação com Brasília. Pode-se acusar Renato Russo de muitas coisas, menos que ele teve uma relação alienada com Brasília. O músico, amado e celebrado hoje, foi vaiado outras vezes e chegou a ser proibido de fazer shows em Brasília depois do incidente do Mané Garrincha ­ uma experiência de espetáculo que ainda não está totalmente resolvida na história cultural da cidade. Renato Russo ­ como diria seu amigo e ex-produtor de shows da Legião Fernando Artigas ­ conseguiu traduzir Brasília para si mesmo e algumas vezes foi injustiçado. Talvez por isso ele possa ser entendido, simbolicamente, como um daqueles homens do futuro de Clarice Lispector: aqueles que não morrem. Nunca.

Câmera, Luz, Ação!



The Dark Knight, (ou O CAVALEIRO das TREVAS) é a seqüência de Batman Begins. Christopher Nolan dirigirá novamente, e no elenco, já estão confirmados os retornos de Christian Bale como Batman, Michael Caine como Alfred, Gary Oldman como Tenente James Gordon, Morgan Freeman como Lucius Fox e Cillian Murphy novamente como Jonathan Crane/O Espantalho, além das estréias de Heath Ledger como Coringa e Aaron Eckhart como Duas-Caras. Também foi confirmada a escolha da atriz Maggie Gyllenhaal, como Rachel Dawes, antigo interesse romântico do Homem-Morcego, além da escolha de Eric Roberts, para o papel do mafioso Salvatore Maroni. E ao que tudo indica, o ator William Fichtner fará o papel de um gerente, do Banco Nacional de Gotham. Nestor Carbonell também foi outro contratado, mas para o papel de prefeito de Gotham City. Danny Goldring também entrou no elenco. Michael Jai White enterpretara Gamble, um dos mafiosos que tenta assumir o controle de Gotham no vácuo deixado por Carmine Falcone em Batman Begins. Gamble, personagem inédito na mitologia do Morcego. O personagem de Anthony Michael Hall, tudo indica que será um repórter chamado Reese. Ele deve descobrir a identidade do Batman e começa a chantagear as pessoas que sabem esse segredo, porém ele não terá um final feliz.


Sinopse

Christian Bale novamente interpreta o herói em Batman - O Cavaleiro das Trevas. O filme reúne o ator com o diretor Christopher Nolan e leva Batman ao redor do mundo em sua luta para impedir uma nova ameaça criminosa. Com a ajuda do tenente Jim Gordon (Gary Oldman) e o promotor Harvey Dent (Aaron Eckhart), Batman tem feito avanços contra o crime local em Gotham... até que um gênio do crime conhecido como Coringa (Heath Ledger) libera uma onda de caos na cidade. Para impedir essa sinistra nova ameaça - o mais pessoal e maligno inimigo que Batman já enfrentou - o Cavaleiro das Trevas terá que empregar todo seu arsenal e habilidades e confrontar até mesmo suas maiores crenças.


Curiosidades

  • Apesar do filme ter o mesmo nome da cultuada BD/HQ O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller, a história deste filme é uma seqüência direta de Batman Begins, ficando em comum com a BD/HQ apenas o título mesmo. Mas, antes de tudo, é bom lembrar que, O Cavaleiro das Trevas já era o apelido do Batman (assim como o Superman é O Homem de Aço), muitos anos antes da BD/HQ homônima.
  • Segundo o cineasta Christopher Nolan, não estava nos planos pôr o Coringa no segundo filme. Mas, os fãs ficaram tão empolgados com a idéia de ver o Coringa numa seqüência (algo que é sugerido pelo final do filme Batman Begins) que, ele acabou cedendo à vontade dos fãs. Nolan disse que, a carta com o Joker/Coringa no final do filme era só uma brincadeira, já que, o Coringa não aparece em Batman Begins.
  • Katie Holmes que fazia o papel da namoradinha do Batman não volta neste filme porque, além dela já ter assinado para outros filmes, Christopher Nolan nada gostou do noivado dela ter interferido no desempenho dela e também nas filmagens, até pelo apelo executado pela mídia.
  • O Pingüim ficou de fora do filme, pois, Christopher Nolan acha muito difícil introduzir este vilão no universo realista dos novos filmes.
  • Os atores Christian Bale e Heath Ledger (o Batman e o Coringa do filme) já se encontraram antes, num filme sobre o cantor Bob Dylan, chamado I'm Not There.
  • Este é o 3° filme em que Christopher Nolan e os atores Michael Caine e Christian Bale trabalham juntos. Os demais foram: Batman Begins (2005) e The Prestige (2006).
  • A BD/HQ The Killing Joke / A Piada Mortal serviu de base para este filme.
  • Em Chicago, o prédio dos correios de Chicago, deram lugar ao Gotham National Bank
  • Bruce Wayne estará morando em uma cobertura pois sua mansão está sendo reconstruída (faz sentido). A cobertura possui estantes de livro que ocultam um fundo falso. A passagem secreta leva para a Batcaverna.
  • Anthony Michael Hall viverá, ainda segundo boatos, um personagem que descobre a identidade secreta do herói e chantageia as pessoas que sabem do segredo. Ele seria um repórter, e teria inveja de Bruce Wayne a ponto de adquirir um carro igual ao dele, um Lamborghini Murcielago.
  • Varios sites foram lançados para a Campanha Viral do filme. O site "Anticipation" [1], foi lançado no dia 26 de Julho. No dia 27, foi lançado o Tease Trailer no site. O Site "Rent-a-clown" [2] subistituiu o site "Anticipation".
  • A Warner Home Video e a DC Comics, sabiamente, ainda irão lançar, antes do filme THE DARK KNIGHT, um filme de animação original direto para DVD chamado BATMAN ANIME: Situado no período de tempo entre BATMAN BEGINS e THE DARK KNIGHT, essa inédita aventura acompanha BATMAN enquanto ele descobre um mistério através de 6 breves estórias feitas no estilo do desenhos dos Animes japoneses. Cada uma das seis estórias originais foi escrita por um altamente respeitado roteirista ou criador de estórias em quadrinhos.

Os talentos incluem, o indicado ao Oscar, Josh Olsen (Marcas da Violência), o roteirista dos filmes do BLADE e BATMAN BEGINS, David Goyer, o famoso escritor de quadrinhos Brian Azzarrello, entre outros. O DVD de BATMAN ANIME será visto como uma peça de complemento para BATMAN BEGINS e THE DARK KNIGHT. As estórias originais introduzem um número de personagens clássicos do Universo DC do BATMAN bem como uma seqüência dos personagens e estórias que foram introduzidos em BATMAN BEGINS. Seu lançamento será por volta apenas um mês antes do lançamento do filme THE DARK KNIGHT.

  • Harvey Dent, futuramente, terá um acidente na metade do rosto e se tornará o futuro Duas Caras, um vilão que tem duas personalidades. Isso se deve a um trauma de infancia, quando ele, em sua escola, se cansou de um garoto que vivia batendo e "zoando" com ele. Um dia, Harvey Dent ficou com a raíva de certo peso que não conseguia mais segurar, até que, enfim, deu um soco no garoto. Com vergonha, escondeu essa sua raíva dentro de si. Com isso, criou-se uma dupla personalidade. A boa, que ja é conhecida como Harvey Dent, e a outra, super inimiga de Batman, Duas-Caras. Se identifica muito com uma moeda, que tem dois lados (é claro).
  • A antiga fábrica de doces da marca Brach Candy de Chicago foi implodido no dia 29 de Agosto. O prédio, de 4 andares, se tornou o Gotham General Hospital. O culpado poderá ser o Coringa. E não será uma implosão típica. Tudo indica que a produção encherá o prédio de gasolina e material inflamável para uma enorme explosão, seguida da implosão.
  • IMAX. O preludio contém os 5 minutos iniciais do filme.

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