16 de abr. de 2008

O que o povo anda lendo? - Parte I

Observando o cotidiano da capital paulista, observo as pessoas lendo nos trens e nos metrôs, então vamos analisar a qualidade de leitura do povo paulistano e dando dicas e sinopses.



Um Médico Brasileiro no Front, de Massaki Udihara, traz à tona um relato inédito do cotidiano dos soldados, na participação nacional na II Guerra Mundial, com sua crítica mordaz em relação aos absurdos da guerra e os horrores do pós-guerra numa Itália destruída.
É o diário mantido pelo médico Massaki Udihara, oficial de Infantaria, médico, intelectual, filho de imigrantes japoneses, tenente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) entre 1944 e 1945, submetido às cruéis condições que a guerra impõe e que jamais perde a capacidade de pensar, de indignar-se e de manter a dignidade em meio à barbarie.
Udihara é um narrador fluente e imbuído de espírito crítico. Ele registra o cotidiano dos pracinhas com riqueza de detalhes, revolta-se diante da tragédia da guerra e não poupa de críticas seus superiores e os próprios companheiros. "Os nossos soldados são bons. Quando não se embriagam", alfineta.
A bem-cuidada edição traz artigos que ajudam a entender o ponto de vista do autor. Ser médico e atuar na infantaria. Presenciar as mínimas condições humanas a que os soldados eram submetidos. Essas foram as principais angústias de Massaki Udihara (1913-81) no período em que defendeu o Brasil durante a Segunda Guerra Mundial, na Itália. Entre 29 de junho de 1944 e 16 de junho de 1945, ele relatou no papel essas revoltas e pontos de vista, que agora, 58 anos depois, estão sendo publicados como "Um Médico Brasileiro no Front: Diário de Massaki Udihara na II Guerra Mundial". A partir daí começam seus relatos em relação às situações a que eram submetidos os soldados, ao precário serviço médico, ao desprezo dos superiores.
No começo da atuação da FEB, culpa os italianos por sua estada na guerra, como em trecho de 28 de setembro de 1944. "(...) Vejo como os italianos são culpados pela nossa estada aqui: se não fosse por eles, estaria em casa."
O que o motivava a enfrentar a guerra era a vontade de reencontrar sua noiva, Maria Haramura, a quem dedicava versos escritos em inglês. Para diminuir a saudade, trocou cartas com Maria de 15 de julho de 1944, a bordo do navio para a Itália, até 4 de junho de 1945. São mais de 300 correspondências, intactas até hoje. Entretanto as que ele recebia e que são descritas no diário não foram guardadas por Udihara. Um dos tenentes, bastante citado no diário, o também médico José Álfio Piason, se lembra das cenas. "Ele escrevia uma carta por dia para a noiva. Foi um grande amigo meu", afirma.

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